A proximidade já quase palpável de dois dias de descanso absoluto, pelo menos ao nível mental, deixam no ar uma agradável sensação de liberdade. Uma sensação que nenhum outro dia da semana tem o dom de proporcionar, seja a quem for. Mesmo àqueles que vivem, única e exclusivamente, para o trabalho e pouca ou nenhuma importância atribuem às pausas. O que não é o meu caso. Eu adoro pausas. Aliás, não consigo conceber a minha pacata vidinha sem pausas. Se calhar é por isso que ela é pacata. Porque não apresenta muitos sinais da grande novidade de finais do século passado, o dito "stress".
Esta descoberta recente ou, se quisermos, a designação pomposa encontrada para algo que sempre existiu, veio apenas validar os esgotamentos nervosos ou os excessos provocados pelo trabalho excessivo. As pessoas cada vez mais só ligam ao trabalho, às carreiras que passam a comandar as suas vidas e tendem a esquecer o convívio, os amigos ou mesmo a família. Isolam-se, descuidam o repouso e os tempos livres e um dia é-lhes diagnosticado um esgotamento como consequência de anos de "stress" continuado e cujos sintomas, de tão banais nos dias de hoje, facilmente se tornam imperceptíveis.
Às vezes já tenho pensado se este tal de "stress" não será mais do que uma desculpa com o aval dos ditos entendidos para nos tornarmos indiferentes ao que realmente importa. Ou seja, está descoberto o bode expiatório para a nossa indiferença perante os outros e aberta a porta para a ambição desmedida.
Quanto a mim, vou continuando nesta minha vidinha pacata. Agora tenho que ir preparar o almoço para levar e para deixar ao meu filho. E agora me lembro que durante a hora de almoço tenho que ir num instantinho ao banco e às finanças e que, logo à tarde quando chegar da escola, tenho um monte de compras para fazer. Ah, e não me posso esquecer! Tenho que trazer os livros de Matemática para casa para corrigir as últimas fichas logo à noite.
E ainda tenho de ir ao correio levantar uma carta, passar pela lavandaria para ir buscar umas toalhas que mandei limpar, ir buscar as calças do filhote à costureira e ir à reunião de condomínio. Bolas que "stress"!
Se não me acalmo ainda acabo deitada num sofá de psiquiatra a tratar um esgotamento!
Respiro três vezes e saio para a rua. Faço-me à estrada para dar de caras com um brutal nevoeiro que me obrigará a fazer o caminho a 30km à hora e penso, cheia de inveja, nas mulheres que optaram por ser apenas esposas e mães.
Seja o que Deus quiser e pensamento positivo. Mais que não seja porque hoje é sexta-feira!
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