Os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são. O ciúme é um monstro que a si mesmo se gera e de si mesmo nasce. (Shakespeare)
Existem duas espécies de ciúme: o normal e o doentio. O normal revela carinho e cuidado e representa aquela pitadinha saudável que faz bem a uma relação porque não deixa que as pessoas estagnem fazendo com que zelem pelo que é "seu". É uma procura da troca que deve haver entre pessoas que se amam. O doentio, como o próprio nome indica, arrasa a pessoa. É um sentimento possessivo, agressivo, baseado na insegurança e no medo e os que se deixam levar por ele destroem a si e aos outros.
Há pessoas que, sendo muito ciumentas, sabem controlar-se mas o ciume doentio, além de denotar um desequilíbrio, reflecte-se também nos outros, que são controlados e importunados a todo o instante. Faz com que se criem e alimentem fantasias, impedindo que o objecto do ciúme que é normalmente a pessoa amada, progrida mantendo a sua individualidade.
Quem se deixa dominar por esse sentimento envenena a própria vida pois o seu modo de pensar está baseado numa concepção distorcida do que verdadeiramente deve ser o amor. Trata-se, no fundo, de um complexo de inferioridade camuflado que leva a pessoa a sofrer demais e a fazer o outro sofrer também. Corre sempre o risco de perder a pessoa amada porque o massacra e anula. Tanto o agride, seja com gestos, palavras ou atitudes, que este, cansado e revoltado, reage e se liberta desse jugo. Não aguenta a insegurança em que vive pois nunca sabe o que esperar ou quando surgirá mais um ataque.
Tudo isto com a agravante de que o ciumento doentio é tremendamente infeliz e vive angustiado, imaginando traições que, na realidade, não existem.
Termino com um provérbio brasileiro que ilustra bem o que acabei de referir: " Da vida, o amor é o mel. Do amor, o ciúme é o fel."
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