Terça-feira, 9 de Setembro de 2008

Homem baleado em esquadra

Se alguma dúvida ainda restasse a alguém de que este país caminha a passos largos para o abismo de se tornar outro Brasil no que se refere à violência, penso que a notícia de hoje de que um homem foi baleado por outro, dentro de uma esquadra de polícia, vem desfazer quaisquer vestígios de ilusão mesmo nos mais optimistas.

Mesmo quem tem por hábito ver o copo meio cheio, há-de convir que, quando se chega a este ponto de desfaçatez em que nem um local onde está situada a autoridade (outrora tão respeitada...) é impeditivo de se levar a cabo objectivos de vingança, se está muito perto da anarquia total em que teremos que providenciar patrulhas do cidadão e uma polícia especial, tipo BOPE.

Desde que assistimos ao assalto a uma dependência bancária, envolvendo reféns e ataque policial em directo, como se de uma telenovela se tratasse, que foi o descalabro total e temos assistido a um pouco de tudo...o que é mau: assaltos a postos de abastecimento de combustíveis, a supermercados, a automobilistas - nomeadamente com o aumento do fenómeno do carjaking - e roubos a ourivesarias. Juntam-se as revoltas em bairros, a guerra de gangues e a violência em estabelecimentos de diversão nocturna e temos o caldo entornado. Foi assim o mês de Agosto de 2008 que vai ficar marcado como um dos mais violentos dos últimos anos em Portugal.

Na minha humilde opinião, já só com medidas severas e punições exemplares para os criminosos é que talvez se consiga pôr um pouco de ordem neste país que já foi um paraíso de tranquilidade. E quando afirmo isto, refiro-me a prisões de alta segurança onde os detidos culpados de crimes graves fossem obrigadas a trabalhos forçados durante períodos bastante longos. Mas para isto é necessária uma revisão do código penal, que neste momento apenas beneficia os ladrões e assassinos, e também a construção de mais estabelecimentos prisionais.

Só com penas pesadas, cumpridas integralmente e com rigor, se conseguirá travar esta onda de violência que parece assolar todo o país.

publicado por daplanicie às 14:55

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Terça-feira, 6 de Maio de 2008

Dados alarmantes de Violência Doméstica

Não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto mas os números que fizeram hoje primeira página de alguns jornais deixaram-me bastante chocada. Segundo dados da União de Mulheres Alternativa e Resposta UMAR ), uma organização não-governamental, só nos primeiros três meses deste ano já pereceram 17 mulheres, vítimas de violência doméstica o que é sinónimo de dizer que foram mortas às mãos dos maridos, ex-maridos, namorados e ex-namorados. Duas destas vítimas foram assassinadas pelos próprios filhos. Outras 11 tiveram mais sorte e conseguiram sobreviver a tentativas de homicídio.

Penso que são dados alarmantes para um país do tamanho de uma casca de noz como é o nosso, ainda mais se tivermos em conta que durante todo o ano de 2007, as vítimas foram 21. Portanto, em três meses contabilizaram-se quase tantas vítimas como em todo o ano passado.

A vítima de Violência Doméstica, geralmente, tem pouco auto estima e  encontra-se atada na relação com quem agride, seja por dependência emocional ou material. O agressor geralmente acusa a vítima de ser responsável pela agressão, a qual acaba sofrendo uma grande culpa e vergonha. A vítima também se sente violada e traída, já que o agressor promete, depois do acto agressor, que nunca mais vai repetir este tipo de comportamento, para depois repeti-lo.

Em algumas situações, felizmente não a maioria, de franca violência doméstica persistem cronicamente porque um dos cônjuges apresenta uma atitude de aceitação e incapacidade de se desligar daquele ambiente, seja por razões materiais, seja por razões emocionais emocionais.

Antigamente nada podia ser feito sem uma queixa da vítima nas autoridades, o que muitas vezes não acontecia por medo de represálias mas actualmente, com a mudança de lei, este é considerado um crime público pelo que qualquer pessoa pode, se for testemunha ou souber de algum caso destes, fazer uma denúncia na PSP ou na GNR, que serão obrigadas a abrir uma investigação sobre o assunto.

Se algum de nós puder fazer alguma coisa para fazer um agressor ser castigado, julgo ser nosso dever cívico fazê-lo. É que o tempo em que o ditado "Entre marido e mulher ninguém meta a colher" estava na moda já passou há muito tempo e pode ser que com uma atitude corajosa de denúncia estejamos a salvar uma vida.

publicado por daplanicie às 16:59

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Quinta-feira, 8 de Novembro de 2007

Família de aluno parte cantina

O caso que referi no post anterior foi noticiado no Correio da Manhã, da seguinte forma:

"Uma funcionária da Escola Básica 2,3 Santa Maria, em Beja, foi agredida a soco por um dos 11 familiares de um aluno de 10 anos que na segunda-feira invadiram o estabelecimento e destruíram diversos equipamentos do refeitório. A funcionária foi ainda ameaçada com uma cadeira, mas a agressão não se concretizou devido à intervenção de um colega.

Tudo começou pelas 13h00, quando uma criança de etnia cigana, familiar dos agressores, bateu numa menina que estava a almoçar.

Ao reparar na discussão, o funcionário José Morais separou as crianças. O rapaz não terá gostado da sua intervenção e disse os pais que José Morais o agrediu. Minutos depois, oito homens e três mulheres entraram de rompante na escola, dirigindo-se ao refeitório onde partiram mesas, copos e pratos, num prejuízo de 100 euros. Durante este clima de tensão Ana Dias, funcionária da cozinha, foi agredida com um soco na cara pela mãe do aluno.

Domingas Velez, directora da escola, descreve a situação como “um autêntico clima de terror”. “Não são apenas os prejuízos materiais que estão em causa, mas, também, os morais pois foi causado o pânico nas crianças, funcionários e professores”, referiu.

A PSP esteve no local com uma equipa da Brigada de Intervenção Rápida. A escola e a funcionária agredida apresentaram queixa-crime contra os agressores."

Resta-me acrescentar que trabalhei na referida escola durante 8 anos e nunca fiquei tão feliz por trabalhar numa vila pacata, a 40 km de casa como estou hoje.

Não há dinheiro que pague a paz de espírito e a tranquilidade no nosso local de trabalho. Atitudes como esta não são inéditas naquela escola envolvendo quase sempre as mesmas pessoas, que continuam a praticar os mesmos actos vezes e vezes sem conta.

É de referir que, há 2 anos, uma funcionária foi agredida por uma tia de um aluno de etnia cigana apenas porque disse à senhora que não podia deixar o filho de 3 anos vir brincar para o pátio do recreio porque podia ser magoado pelas crianças mais velhas que estavam a jogar à bola e que, ao ser chamado o agente da Escola Segura, este aconselhou a funcionária a não apresentar queixa porque "com os ciganos não se brinca".

Ah, pois não, eles é que brincam com isto tudo. Essa é que é a verdade nua e crua! 

publicado por daplanicie às 10:39

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