Domingo, 20 de Setembro de 2009

Os filhos crescem

Os filhos são a nossa vida. Desde que nascem, a nossa vida começa a desenrolar-se em função deles, das suas necessidades, do seu bem estar e, muitas vezes, até dos seus caprichos.

Mas, a cada minuto que passa, os filhos crescem e, quando damos conta, transformaram-se em adultos autónomos e independentes que já não precisam dos nossos cuidados constantes, embora nós teimemos em querer continuar a dar-lhos. Coisas de mãe!

A minha filha, segue segura o seu destino, com uma alma linda sempre repleta de carinho e cuidados  pelos que ama. Profissional competente, vai trilhando os seus caminhos, com o coração dividido entre a grande cidade e este cantinho do Alentejo, onde regressa sempre que a profissão lhe permite.

O meu filho, agora plenamente ciente do que quer da vida, batalha para conseguir alcançar os seus sonhos e revela-se cada vez mais alguém com quem posso contar a qualquer momento, sendo evidente o seu amadurecimento e abertura de coração e de alma a quem o ama incondicionalmente. Nunca agradecerei o suficiente a Deus pelos filhos maravilhosos que tenho!

Sempre me esforcei para que ambos soubessem que a vida é um emaranhado de encruzilhadas e que, dependendo das escolhas que fazemos, assim serão os resultados que obtemos. Sabem também que, mesmo que façam as escolhas menos certas, contarão sempre com a mãe para que consigam alcançar os seus sonhos, mesmo que com algum tempo de atraso. Porque nunca é tarde para sermos aquilo que sempre desejámos ser, esta é a grande lição que a vida tem para nos ensinar!

Tanto um como outro parecem ter encontrado as coordenadas básicas para que o seu plano de voo pela vida decorra sem sobressaltos e isso é uma coisa que me tranquiliza e faz com que tenha um imenso orgulho de ambos.

O mais novo, adolescente, tem os olhos ainda banhados pela espuma da infância, mas já emite sinais constantes de autonomia que me enchem, simultaneamente, de orgulho e preocupação. Sei que é egoísmo da minha parte, mas gostaria de poder adiar esse crescimento por mais algum tempo. Nunca sentimos os filhos tão nossos como quando são crianças e, embora seja uma fase de grandes preocupações, também é o que mais momentos de grande ligação permite, mas a verdade é que rapidamente crescem e se tornam cada vez mais independentes.

A infância e a juventude têm uma certa luz que nunca mais regressará aos nossos olhos e revê-la nos olhos dos nossos filhos é algo de verdadeiramente mágico. Os do meu filhote ainda têm esse brilho tão especial, essas fagulhas brilhantes e enternecedoras que me comovem. Há momentos em que tudo parece caber nos seus olhos: toda a sabedoria, pureza, emoção, tristezas e alegrias do mundo. No entanto, é ainda apenas um olhar de menino que já quer ser homem.

Penso que as crianças têm uma capacidade invejável de conseguir viver apenas o presente, tendo total desapego pelo que já se passou e completo desinteresse pelo que ainda há-de vir. À medida que crescemos, no entanto, vamos gradualmente movendo o nosso eixo racional em direcção ao futuro.

Os adolescentes chegam ao cúmulo de desejar que o tempo voe, sem sequer desconfiarem que é precisamente isso que ele faz, sem o podermos impedir. A certa altura do nosso crescimento, todos nos tornamos prisioneiros do que está por vir pois é no futuro que mora a realização dos nossos sonhos, as metas que desejamos atingir e as recompensas que almejamos alcançar. É para esse momento que convergem todos os nossos esforços e expectativas.

O problema é quando, em nome desse futuro incerto, deixamos de aproveitar o presente, deixamos de viver os pequenos mas felizes momentos que a vida nos oferece. É quando conferimos demasiada importância ao futuro que deixamos de viver com intensidade o presente, é em nome de coisas que podemos nem sequer chegar a viver pelos mais diversos motivos, que muitas vezes não vivemos esses momentos especiais. Esta parece-me uma situação que, embora mais comum do que seria desejável, não deixa de ser insana pois quem não vive o presente, não constrói um passado digno de nota. E será um passado rico que nos permitirá ter um cesto recheado de boas recordações para que possamos  fazer belos piqueniques no Outono da vida.

Por tudo isto, faço intenção de aproveitar cada fagulha mágica que vem dos olhos do meu filhote, porque serão elas que me iluminarão a alma quando ele tiver finalmente crescido.

 

 

P.S. - Obrigada à minha amiga Guiga que me instou a escrever de novo!

 

 

publicado por daplanicie às 13:03

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De Infiel a 20 de Setembro de 2009 às 22:10

gostei muito do post
sentido e verdadeiro

bem vinda

De daplanicie a 20 de Setembro de 2009 às 23:32
Muito obrigada pelas tuas palavras. Sê tu também muito bem vinda a este humilde cantinho!
Beijinhos
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