
"A Feira de Alvito ou dos Santos, designação por que é mais conhecida e lhe cabe pela data da sua realização – 1, 2 e 3 de Novembro – (não nos esqueçamos que dia 01 de Novembro é reservado no calendário da Igreja para a celebração de todos os Santos), remonta ao século XVI. Foi o povo e a Câmara que em carta enviada ao rei em 1579 solicitaram a realização do certame, tendo em vista, por um lado escoar a produção local, com destaque para os produtos agrícolas e hortícola, designadamente estes que alcançavam uma expressão muito significativa ao nível da economia do concelho, por outro assegurar o abastecimento da terra.
Para o êxito da feira contribuiu definitivamente a data da sua realização, coincidente com o final e o início do ano agrícola. Tornou-se rapidamente um espaço privilegiado de venda de frutos secos – castanhas, nozes, figos e amêndoas, de legumes como o feijão, de cereais e ainda de muitos e variados produtos artesanais, não faltando também neste domínio a presença dos produtos locais. (...)
Enquanto outros certames de raiz e características vincadamente populares tendem a desaparecer, a Feira de Alvito, de ano para ano cresce e torna-se um forte pólo de atracção regional. Hoje a feira reflecte as mudanças da economia e dos tempos modernos.
A animação e outro comércio que não o tradicional, ganham cada vez maior espaço, assim como as actividades lúdicas e culturais promovidas pela autarquia, sempre preocupada em bem receber os filhos da terra que regressam nesta altura, e os muitos forasteiros que visitam a vila.
Mas não se perdeu de todo o velho hábito de vir à Feira de Alvito comprar as nozes, as amêndoas, as castanhas ou os figos secos, aconchego das longas e frias noites que se fazem adivinhar.
Em cada ano que passa Alvito alinda-se para a feira. As ruas ficam mais cuidadas e o casario mais branco. No ar pairam cheiros de pitéus que sempre se preparam para receber familiares e amigos; vestem-se fatos domingueiros, as ruas enchem-se de carros e gentes num bulício pouco usual e alegremente perturbador da pacatez da vila. A Praça e o Rossio são um mar de gente.
A feira é festa e Alvito, por um dia, torna-se a capital do Alentejo."
FEIO, Jorge; in Jornal da Feira, 2002 (adaptado)
Momentos, é mesmo só isso a que a vida se resume. Momentos bons, momentos menos bons, momentos maus, momentos esquecidos, momentos inesquecíveis...
Há alturas em que pensamos que nada nos pode correr pior; há outras em que chegamos a pensar não merecer a felicidade que estamos a viver. Na realidade, todos os momentos são necessários. São os momentos maus que nos possibilitam dar um real valor aos momentos bons, os tais que são inesquecíveis.
Ainda me encontro num processo de aprendizagem desta filosofia de vida, mas a paz que sinto mostra-me que estou no bom caminho: aproveitar tudo o que a vida tem para nos oferecer sem ficarmos a pensar no que poderá acontecer de mau a seguir, atitude que acaba por nos impedir de viver esses momentos em plenitude. O mais acertado parece-me ser viver intensamente cada segundo e, nos momentos menos bons, tentar tirar pelo menos uma lição de vida e não nos deixarmos abater ao mais pequeno contratempo.
Sem dúvida nenhuma, as relações humanas são complexas, mas não podemos ter receio de nos envolvermos, devemos tirar delas tudo o que nos faz felizes e guardar essas memórias, pois são elas que fazem de nós quem somos: seres humanos imperfeitos mas sempre em constante evolução.
E é essa a essência dos sonhos, do que almejamos para a nossa vida, a vontade de querer mais, de lutar para o conseguir sem medo de fechar portas, de mudar de rumo. A capacidade de tornar os nossos sonhos em realidade tem sempre a ver com a intensidade com que acreditamos neles e com as pessoas que nos rodeiam e nos fazem crer em nós mesmos.
Obrigada por me fazeres acreditar que tudo é possível, por me iluminares o caminho quando tudo parece escuro, por teres sempre a palavra certa no momento exacto, por seres o meu Anjo da Guarda. Obrigada por estares sempre presente na minha vida e me dares o prazer de fazer parte da tua!