Segunda-feira, 30 de Novembro de 2009

Onde andas, espírito de Natal?

Sempre adorei o Natal! Começava muito cedo a elaborar a lista dos presentes que teria que comprar, a ementa dos bolos, doces e outras iguarias a confeccionar, a decorar a casa toda de acordo com o espírito natalício...enfim, uma azáfama que me enchia de felicidade!

Há uns anitos, poucos, comecei a notar que o meu entusiasmo decrescera. A decoração era feita cada vez mais tarde, as prendas adiadas um e outro dia e um certo desejo de que as festas passassem o mais depressa possível, como se de uma visita ao dentista se tratasse.

Este ano, pelas mais diversas razões, o ânimo ainda é menor e, se a fadinha dos desejos me aparecesse à frente, certamente que um dos meus desejos seria adormecer aí por volta do dia 20 de Dezembro e só acordar em 2010. É a mais pura e deprimente das verdades!

As pessoas em redor da mesa têm diminuído ano após ano, e a sua falta faz-se ainda sentir mais nesta época dedicada à família. Crianças pequenas, que tanto animam o Natal, já não há. E então, no meio de um turbilhão de pensamentos melancólicos, vêm-me à ideia outros Natais. Natais da minha infância em que o dinheiro não abundava mas a felicidade...essa, era pura e genuína. Recordo as minhas avós, amassando as azevias (pastéis de grão) pelo serão fora, enquanto o resto da família se reunia em volta da grande lareira, contando histórias e anedotas.

A impaciência para nos deitarmos era exclusiva dessa noite, uma vez que sabíamos bem que o Menino Jesus só apareceria para colocar os nossos presentes, no sapatinho que deixávamos na chaminé, depois de as crianças se deitarem pois, vá-se lá saber porquê, não queria ser visto por nenhuma. Apenas os adultos o podiam ver, como se gabavam na manhã seguinte, enquanto nós desembrulhávamos o que nos tinha calhado em sorte, numa excitação sem igual.

Nesse tempo, ninguém ouvira ainda falar do Pai Natal. O tempo era do Menino... Que saudades, meu Deus, desses e outros Natais!

publicado por daplanicie às 12:45

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Terça-feira, 24 de Novembro de 2009

Profs....a culpa é deles!

Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino (sem querer apontar dedos) é dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam.

O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.

É evidente que a culpa é deles. E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores.

Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares.

O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-Ia-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não.

A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento. O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas.

Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão.

Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora o há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo.

Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano. Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores. Um cigano em cada escola, é a minha proposta.

Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança. Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem, claramente, não está preparada para o mundo.

 

Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão

publicado por daplanicie às 08:23

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Sábado, 21 de Novembro de 2009

Morrer devagar

Morre devagar quem não se ama a si mesmo, quem não olha em seu redor, quem não ajuda o seu semelhante, quem insiste em se isolar.

Morre devagar quem destrói ou permite que lhe destruam o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar, quem se transforma em escravo da rotina, repetindo todos os dias os mesmos gestos e percursos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou a conversar com quem não conhece.

 Morre devagar quem evita uma paixão com medo de sofrer, quem prefere o negro ao vermelho e os pontos nos "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, das que trazem o brilho aos olhos, mudam os bocejos em sorrisos e põem os corações a bater descompassados.

Morre devagar quem não reage quando está infeliz com o seu trabalho, com o amor, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre devagar, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante... Morre devagar, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando questionado sobre algo que sabe.

Evitemos essa morte lenta, recordando sempre que viver exige um esforço muito maior que o simples acto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos tudo o que preenche os nossos sonhos.

publicado por daplanicie às 22:19

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Sábado, 14 de Novembro de 2009

Filho querido

Ter um filho  adolescente é das experiências mais compensadoras e, simultaneamente, mais difíceis porque passamos ao longo da nossa vida. Por vezes podemos ter a tendência de tratá-los como jovens adultos mas, na verdade, não o são. São crianças em transição e as suas necessidades, inclusive as emocionais, são ainda infantis. Precisam de todo o nosso amor e aceitação, de serem cuidados e de saberem que os amamos incondicionalmente.

A passar por esta experiência pela terceira vez, continuo a pensar que o fundamento de uma boa relação com um filho adolescente é este amor incondicional, que permite ultrapassar problemas como ressentimentos, culpa, medo ou insegurança. Outra coisa fundamental é nunca nos esquecermos de que já fomos adolescentes e não tratarmos os nossos filhos como detestávamos que os nossos pais nos tratassem a nós. Não consegui ainda compreender porquê, mas parece que temos sempre uma certa tendência em sofrer de um tipo de estranha amnésia selectiva que nos leva a cometer os mesmos erros que tanto nos irritaram quando passámos por essa fase tão difícil.

Ainda há pouco estávamos aqui os dois, sentados no sofá a ver o programa Ídolos e, ao ouvir os seus comentários divertidos e inteligentes e ao assistir às suas imitações dos concorrentes mais "disparatados", pensava como tenho sorte em ter um filho tão especial e em como nos divertimos juntos. Há uns dias disse-me "Quando eu começar a trabalhar vou comprar-te tudo o que tu quiseres!", enquanto me passava o braço por cima dos ombros numa atitude protectora,  e eu senti um orgulho imenso dentro do meu coração, uma emoção impossível de exprimir por palavras.

Ás vezes fico a olhá-lo adormecido, envolvido na paz dos sonhos e sinto claramente e sem sombra de dúvidas que é, tal como os irmãos, parte de mim, a parte mais importante do meu EU. E detenho-me a recordar que ainda há tão pouco tempo, era um menino pequenino, que eu abraçava até se queixar que eu o apertava demais.

Sei que crescerá e isso é tudo o que eu mais desejo, que cresça forte, seguro e feliz! E quero que que voe, que alcance tudo o que mais deseje, que seja um ser humano maravilhoso e, acima de tudo, que conserve sempre o seu coração puro de criança. Mas que isso aconteça bem devagar, pois não estou ainda preparada para deixar o meu "passarinho" sair do ninho...

publicado por daplanicie às 21:29

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Quinta-feira, 12 de Novembro de 2009

Cartoon

 

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publicado por daplanicie às 13:00

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Terça-feira, 10 de Novembro de 2009

Há dias que não são dias

Há dias negros, há dias pesados, há dias "não", há dias que só desejamos esquecer.

Há dias em que apetece chorar, há dias em que queremos gritar, há dias para nunca mais lembrar.

Há dias tão grandes que mais parecem um mês inteiro e outros que passam tão rápido que até custa a acreditar.

Há dias que, felizmente, passam e ficam lá, no passado. Há dias em que tudo parece correr mal à nossa volta e em que nem sequer entendemos o verdadeiro sentido da vida.

Há dias em que em que perdemos a esperança, há dias em que cruzamos os braços.

Há dias em que só desejamos partir, dias em que não parece que vivemos e sim que sobrevivemos.

Há dias em que queremos hibernar e acordar quando tudo à nossa volta estiver mais colorido. Há alturas assim, em que nada é como deveria ser! A vida seria tão mais fácil se algumas pessoas fossem correctas nas suas atitudes!

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publicado por daplanicie às 08:44

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Segunda-feira, 9 de Novembro de 2009

Pequenas coisas...

Algumas das pequenas coisas que nos fazem felizes...

comer chocolate olhar o céu e ver as nuvens passar plantar uma árvore ficar em silêncio ir ao mercado acordar cedo para ver o sol nascer ver o movimento das pessoas e do mundo à nossa volta  parar ficar a ver um filho dormir amar fazer uma caminhada recordar bons momentos pensar em todos os que nos ajudaram na vida contemplar um quadro tomar consciência das coisas boas que existem observar as estrelas viajar petiscar antes de acabar de cozinhar ficar à lareira no inverno ler um bom livro caminhar à noite dormir a sesta sorrir acompanhar uma boa série na tv levar os filhos à escola de manhã andar de bicicleta mergulhar no mar navegar tocar piano sonhar acordado recordar os que amamos e nos amam oferecer um presente visitar alguém com tempo rir cantar no duche abraçar e ser abraçado dar-se a um luxo às vezes descobrir o fundo do mar seguir o coração

publicado por daplanicie às 08:51

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