Na nossa sociedade floresceu nos últimos anos um tipo de vida que poderíamos denominar de "viver de aparências". A vida de cada um é avaliada não pelo que é como pessoa ou pelas suas conquistas e valores mas sim por padrões rígidos e pouco inteligentes de "ÉS O QUE TENS".
O exibir um bom carro, uma roupa de marca e falar da viagem que se fez no Verão a uma estância tropical é o objectivo de vida de muitas pessoas independentemente do facto de estarem enterradas em créditos e dívidas. O que interessa realmente a essas pessoas é ostentarem riquezas que na verdade não possuem.
Viver assim é duro, é representar constantemente, é iludir-se a si próprio. Viver numa constante farsa stressa e irrita. E de tal forma este estilo de vida está interiorizado na nossa sociedade que a competitividade chegou até às crianças. Antes de tudo elas precisam de ser isso mesmo: crianças. Até porque o tempo passa demasiado rápido e ninguém volta atrás no tempo para viver o que não viveu. Mas os pais exigem que aprendam informática, inglês, espanhol, façam ballet, futebol, ténis, golfe, natação... Tudo isto para além de terem que dar conta das aulas! E o tempo para brincar, onde está? Andar de bicicleta, jogar ao pião, às escondidas... são actividades que estão fora de moda porque não há tempo para elas. São crianças forçadas a ser adultos em ponto pequeno.
Imagino que, na verdade, falte definir quem são realmente os vencedores na vida. Na minha modesta opinião são os que realizam os seus sonhos, os que são úteis e solidários, que praticam na sua existência a bondade e a humildade, que saibam pedir desculpas e admitir erros, enfim, vivam sem necessidade de impressionar os outros, mostrando e dizendo o que não é verdadeiro. E espero sinceramente fazer parte deste último grupo de pessoas!
No outro dia uma prima minha dizia-me sobre a filha de 6 anos " queria tanto que a mariana fosse responsavel, tivesse objectivos na vida, que se interessa-se pelo ballet..." a minha resposta foi simples " da idade dela interessavas-te? Eras responsavél? ou preferias antes brincar, rir, não ter responsabilidades?" a minha prima encolheu os ombros e manteve a sua " eu não tive as oportunidades que ela tem", contive-me e dei-lhe uma resposta simpática " deixa-a ser criança enquanto tem idade para isso ". Mas fiquei a pensar, cada vez mais os pais projectam nos filhos os seus sonhos as suas expectativas ( tantas vezes frustradas) esquecendo-se muitas vezes que cada pessoa é uma pessoa diferente com gostos e maneiras de estar na vida diferentes das nossas, há que as respeitar e dar tempo ao tempo. è também nestas alturas que dou graças por ter uns pais que me proporcionaram tudo e que escutaram que sabiam do que eu gostava me deram tempo a crescer e me deixaram ser o que queria ser, se assim não fosse provavelmente era alguma enfermeira mal humorada ...
O mal é q os adultos olham com a sua perspectiva para as hipóteses de ocupação de tempos livres que agora existem e escolhem por eles como se reflectissem nos filhos aquilo que gostariam de fazer mas n podem. E depois dá nisso...miúdos obrigados a fazer o que os pais querem sem tempo pra brincar.
De
guiga a 2 de Julho de 2007 às 15:36
Concordo contigo.
A sociedade hoje em dia tem objectivos de vida muito esquisitos.
Boa semana!*.*
Na nossa sociedade ultimamente anda TUDO muito esquisito, não te parece?? Beijinho :-)
Concordo em pleno. Já nem as crianças sabem ser crianças!!!
Elas coitadas sabiam ser crianças...se as deixassem. O pior é que os papás não deixam e querem fazer deles objecto de exibição desde que nascem.
Excelente post!!
Obrigada pela tua visita. Já por 2 vezes quis comentar posts teus e não consigo porque me pede o endereço e password de conta google mas eu não tenho. Sou eu que estou a fazer alguma coisa mal? É extremamente frustrante!!
Concordo e eu não diria melhor.
É um texto lindo e a realidade infelizmente é mesmo essa.
No entanto a esperança é a última a morrer!!!
Paisagemviva
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