Da planície

Reparava que uma amiga tinha, de há uns meses para cá, um comportamento anormal para a sua maneira de ser, certas atitudes roçando o histérico e, por vezes, até o irresponsável. No início associei esse comportamento ao facto de se ter divorciado há relativamente pouco tempo, mas à medida que o tempo ia passando e ela ia ficando de tal forma irreconhecível que da minha amiga já pouco ou nada restava, resolvi ser bastante directa (é um defeito meu!) e perguntar-lhe o que se passava porque a achava diferente do habitual e queria saber se a podia ajudar de alguma forma. Por vezes estes comportamentos mais efusivos não são mais do que uma chamada de atenção e um pedido mudo de socorro. Mas parece-me que não é o caso porque ela respondeu-me que apenas tinha adoptado uma nova máxima de vida: Viver cada dia como se fosse o último.

Dá-me ideia é que ela levou o ditado muito ao pé da letra pois não me parece que este signifique fazer coisas que nunca faríamos normalmente, desrespeitar as leis e muito menos perdermos de vista os nossos limites. Não me parece que o objectivo seja fazer o que nos dá na telha só porque podemos morrer amanhã!

Faço a minha própria interpretação de que a verdadeira essência desse ditado é: viva intensamente, aproveite diariamente o dom da vida, seja feliz! Sempre!