Ouvi recentemente, num serão de contos, uma história interessante. Trata-se de uma história africana e conta que algumas tribos utilizam um engenhoso método para apanharem macacos que são uma das suas iguarias preferidas. Como são animais bastante espertos e passam todo o tempo a saltar de ramo em ramo, de preferência nos mais altos das árvores, os nativos desenvolveram um sistema infalível para os caçarem: Pegam numa cabaça de boca estreita e metem lá dentro uma banana. Depois, é só amarrar a cabaça a uma árvore frequentada pelos macacos, afastar-se e esperar calmamente.
Os animais, extremamente curiosos, descem, olham para dentro da cabaça e vêem a fruta. Depois, metem a "mão" lá dentro e apanham-na mas, como a cabaça tem a boca estreita, eles não conseguem retirar a banana. Surge-lhes então um enorme dilema...se largar a banana, a mão sai e ele consegue fugir, livre. Caso contrário continua preso na armadilha. Invariavelmente o resultado é o mesmo. Os macacos recusam-se teimosamente a largar a fruta e os nativos apanham-nos calmamente e com pouco trabalho.
Não admira que sejam caçados pois a inteligência é um dom apenas reservado ao Homem. Era tão fácil largar a fruta e fugir, sem mais delongas. O problema é a importância exagerada que os macacos dão à banana. Se ela já está ali na sua mão parece uma insanidade largá-la, independentemente das consequências dessa imprudência.
A história lá continuava e tinha até um final engraçado ao qual já não prestei muita atenção porque fiquei a pensar como, muitas vezes, somos parecidos com os macacos.
Quantas pessoas não conhecemos que apenas sabem queixar-se do emprego, que detestam mas que nunca fazem nada para procurar outro que os satisfaça? Quantos casais têm relacionamentos deteriorados em que não existe felicidade mas, em vez de partirem para outra vida, insistem em ser miseráveis muitas vezes traindo e sendo traídos? Quantas pessoas não são infelizes por causa de decisões antigas mas que vão sempre adiando a decisão de percorrer um novo caminho que talvez as conduzisse na direcção da alegria de viver?
Concluí então que, afinal somos mesmo como aqueles macacos e também que a vida é demasiado preciosa para a trocarmos por algo que, apesar de já estar na nossa mão, nos leva direitinhos ao caminho da infelicidade.
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