Durante a noite as dores foram chegando sem ser esperadas, de mansinho, como quem não quer incomodar. Apanharam-na de surpresa porque as previsões do médico apontavam para daí a duas semanas e sentiu um misto de receio e alívio. Receio porque a gravidez não fora muito fácil, os problemas de saúde obrigando a um internamento aos sete meses de gravidez e a ansiedade de ver se o bebé estava bem era muita. Alívio porque a espera terminara, finalmente.
Continuou deitada à espera do próximo sinal, de relógio na mão para contabilizar o tempo entre as contracções. Desta vez não correria ao hospital ao primeiro sinal, apressada, pois já não era "marinheira de primeira água".
A manhã foi espreitando e o escuro da noite deu lugar a uma magnífica manhã de Primavera.
Foi tratando das coisas necessárias com calma pois as dores não permitiam pressas. Abriu pela milésima vez a mala preparada com tanto amor há meses, que aguardava a breve viagem e o dono das roupinhas que carinhosamente guardara todo este tempo.
Finalmente a ida para o hospital e o resto do dia passado com as dores a subir de tom e a tornarem-se cada vez menos suportáveis culminando no momento tão esperado. Às 20h e 10m chegou por fim o tão desejado filho, perfeito como pedira a Deus.
Sentiu um imenso amor invadi-la fazendo esquecer de imediato todo o sofrimento anterior e uma enorme felicidade. Esse amor, sabia bem, seria para toda a vida, para o bem e para o mal, na saúde e na doença, nas alegrias e, principalmente nas tristezas. Qualquer que fosse o destino que o futuro lhe reservasse estaria sempre presente para tudo o que ele necessitasse.
Tudo isto aconteceu há 23 anos.
Este não é um conto ficcionado e as semelhanças com a realidade não são nenhuma coincidência. :-)
PARABÉNS, QUERIDO FILHO!!!
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