Cresci a ouvir uma história contada por um tio, pessoa sempre com um dito na ponta da língua a respeito de toda e qualquer coisinha, que conta com um toque de humor muito característico.
Reza esta história que havia uma família muito pobre que, estando reunida à volta do lume sem ter nada que cear, lamentam a triste sina.
O pai, para tentar distrair toda a gente da fome que sentem, começa a falar-lhes de como tenciona ir brevemente comprar um porquinho que criarão até ficar bem gordinho e pronto pra matança.
A mãe entusiasmada com a conversa, dá a sua achega dizendo que, do porco, farão belo enchido que os alimentará o resto do ano e a carne, posta na salgadeira durará bastante tempo. Animado com o que ouvia, o irmão mais velho diz que no próprio dia da matança tirarão a barriga de misérias com a carne frita acabadinha de tirar do porco e cozinhada de imediato ao lume da lareira.
E logo o mais novo, todo contente, diz " Ah, que bom! Depois posso molhar o pão no molho da carne frita, que eu gosto tanto!". O irmão responde-lhe com maus modos que quem come o molho todo é ele já que é o mais velho e é ele que ajudará o pai a matar o porco.
O pequeno, a chorar, queixa-se ao pai "Oh pai, olhe lá o meu irmão que não me deixa molhar o pão!". E o pai não está com meias medidas, dá um tabefe no filho mais velho ao mesmo tempo que grita encolerizado " Deixa lá o rapaz molhar o pão, garganeiro !".
Quando a história chega a este ponto é gargalhada geral de todos os ouvintes, porque é fácil imaginar o caricato da cena.
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