Terminou hoje o tormento causado pelo "fantasma" das Provas de Aferição de 4º e 6º anos. Crianças à beira de um ataque de nervos e professores cansados de tanto stress chegaram finalmente ao dia em que podem agora seguir normalmente até ao final do ano lectivo.
As opiniões são contraditórias, tanto entre docentes como entre encarregados de educação. Uns são contra, outros a favor e cada um arranja as explicações que entende para justificar a sua opinião.
A maioria dos pais (senão a totalidade), segundo o que ouvi na minha escola já que os meus alunos eram dos "pobres" que prestaram as ditas provas, acha que são desnecessárias e que enervam os miúdos numa idade em que ainda dispensavam bem passar por esta experiência. E é essa também a minha opinião. Parece-me que, nesta idade, ainda não conseguem gerir os nervos que sentem pela prestação da prova nas condições em que é realizada (são outros professores que não os seus que vão vigiar as provas) e, assim, aparecem os maiores disparates que não correspondem nem de perto nem de longe àquilo que sabem fazer.
É claro que me refiro aos meus alunos, cada um sabe dos seus. É que hoje depois da prova, em conversa com os alunos enquanto me diziam o que tinham feito ou deixado de fazer, ouvi comentários do género "Eu sabia aquilo mas depois pus mal" ou "Aquele exercício era muito parecido com alguns que fizemos na aula mas estava tão nervosa que me perdi".
Foi de tal maneira que tenho um aluno que, para encontrar o perímetro de um quadrado, coisa que fazem "com uma perna às costas" desde o 3º ano, somou apenas 2 dos lados, vá-se lá saber porquê! E depois dava palmadas na própria cabeça para se castigar quando, em conversa com os outros, se apercebeu do que tinha feito. E isto é apenas um pequeno exemplo pois até um dos meus melhores alunos, que raramente erra qualquer cálculo ou questão de raciocínio lógico-matemático, afirmou na prova que a difrença entre 23x17 e 23x18 é...UM!! Valha-me o Senhor Santo Cristo dos Milagres!!
Bem, como depois do leite entornado já não adianta lamentarmo-nos e eu estou de consciência tranquila de que fiz o melhor que podia, aguardamos agora os resultados desta avaliação dos alunos (e professores).
Ainda a propósito das famigeradas provas de aferição, tenho que manifestar o meu repúdio por haver pessoas que, encontrando-se em posições de destaque e onde podem dar ordens aos outros, lhes suba o cargo à cabeça e lhes dê para mandar e desmandar as coisas mais disparatadas e de tal forma anedóticas que, se não fossem tristes pelo que fazem lembrar, seriam motivo de boas gargalhadas.
Esta semana tem sido pródiga em notícias que fazem lembrar o tempo da "outra senhora" e esta é mais uma que, ao sabê-la me deixou entre o chocado e o incrédulo.
Então não é que num concelho do nosso distrito foi dada a ordem a todas as escolas para que, durante o decorrer das provas de aferição, não fosse permitido aos rapazes irem de calções e, às raparigas, irem de minissaias, tops, ou até blusas de alças...Parece que o motivo que levou a tal ordem foi o de que esse tipo de vestuário iria provocar a distracção das outras crianças e, por isso, prejudicar a prestação das ditas provas.
Repare-se que estamos a falar de provas prestadas, na sua generalidade, por crianças de 9 (4º ano) e de 11 anos (6º ano). Será mesmo possível que alguém em seu juízo perfeito e no pleno uso das suas faculdades mentais julgue que uma minissaia ou um top farão dar a volta à cabeça à rapaziada??!! Nesta idade eles querem é andar à luta, imitando o wrestling , jogar à bola e, de vez em quando andar à pancadaria com um ou outro que os chateie. E olhem que eu sei bem do que falo, já que lido com eles diariamente.
Estamos definitivamente cada vez mais perto dos tempos dos nossos pais em todos os aspectos. Mas só nos piores porque nos tempos que correm há violência, raptos, pedofilia, crimes horrendos com que ninguém nesse tempo sonhava.
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