Nunca em toda a minha vida fui uma pessoa racista! Afirmo-o convictamente e certa de que não estou a enfeitar a verdade ou a dizer o que não é só para ficar bem na "fotografia".
Quando andava no 7º ano de escolaridade e ainda não era tão frequente como hoje a diversidade racial no nosso país, colocaram na minha turma uma aluna indiana, filha de um médico que ali tinha sido colocado. Apesar deste facto e de a rapariga ser uma pessoa com um óptimo nível cultural não houve ninguém que quisesse sentar-se junto dela nas aulas e eu ofereci-me para tal. Não por ser uma madre Teresa de Calcutá a fazer uma caridade mas porque sempre fui muito comunicativa e estava curiosa para conhecer a nova colega, independentemente da cor da sua pele.
E sempre continuei assim ao longo da minha vida. Não acho que seja nada de extraordinário, o que acho extraordinário é que alguém discrimine outro ser humanos só porque é preto, amarelo, castanho ou vermelho. Na minha opinião, é esta panóplia de culturas diferentes que faz dos portugueses as pessoas que são e que, no geral, são pessoas calorosas e amigáveis com toda a gente.
No entanto, de há um tempo para cá tenho vindo a reconsiderar a minha posição e, longe de mim querer ferir susceptibilidades, mas resolvi escrever sobre algo que me incomoda de há longo tempo a esta parte. Refere-se esta minha reflexão ao povo de etnia cigana.
Peço desculpa se ofendo alguém, mas revolta-me sobremaneira ver a maneira elitista e privilegiada com que são tratadas pessoas que, na generalidade, não contribuem minimamente para o desenvolvimento do nosso país, antes pelo contrário.
Levanta-se uma pessoa todas as manhãs de madrugada para ir trabalhar e auferir um vencimento que é quase sempre vergonhosamente baixo para depois assistir à entrega dos cheques do rendimento mínimo a centenas e centenas de ciganos que outra ocupação não têm do que fazer filhos atrás uns dos outros.
E depois vive-se um clima de terror nos sítios que frequentam porque até as autoridades os receiam. É que quando se vive num meio pequeno como Beja, toda a gente se conhece e a ameaça frequente é "Olha que eu sei onde moras!".
Na minha profissão, é raro o ano em que não tenho alunos de etnia cigana e sempre me tenho esforçado por os tratar de igual forma que aos restantes alunos mas confesso que por vezes tal se torna difícil. Ainda hoje, e após uma ausência de 2 semanas porque o avô foi "operado à crista" ( dito pelos próprios...) apareceram os meus alunos ciganos muito contentes e prontos para perturbarem a aula com o seu constante desassossego, de quem foi criado em liberdade absoluta e encara a escola como uma prisão ( com um dia tão bonito lá fora, estar ali até é pecado, senhores) e não consegue estar sentado muito tempo.
Mas o pior foi no recreio. Houve pancada, pedrada e cabeça a sangrar mas não a deles, claro. Eles saem-se sempre bem das pelejas porque têm um corpanzil de 12 anos e os outros têm 8/9.
Depois, há pouco conta-me um colega que hoje, numa das escolas da cidade a que pertence o Bairro da Esperança (é a cova da moura cá do sítio...mas de ciganos), 2 alunos ciganos se tinham envolvido numa luta e foram separados por um auxiliar.
No momento seguinte um dos rapazolas ligou ao pai e menos de meia hora depois caiu-se na escola uma grupo enorme de ciganos enfurecidos que destruiu completamente o bar da escola. E, claro, se bem entraram, melhor saíram porque não há ninguém que lhes faça frente.
É revoltante a impunidade a que se assiste quando os envolvidos em agressões e outros crimes são pessoas dessa etnia, que parece estar acima da lei.
Tudo isto a somar a vários anos de histórias semelhantes e ao facto de, há 2 anos, ter visto o meu carro novinho todo riscado no capot apenas porque disse a um deles que a mim não me metiam medo e não admitia faltas de respeito fizeram de mim uma pessoa racista...mas apenas parcialmente.
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